FláviaGaldiole ► Lava-jato fica na Vila Morumbi em Campo Grande
Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação
A família do adolescente de 17 anos que morreu no início da tarde desta terça-feira (14) ao sofrer uma parada cardiorrespiratória está inconformada. O jovem estava internado havia 11 dias na Santa Casa de Campo Grande depois de perder parte do intestino ao ter introduzida uma mangueira de ar comprimido no ânus pelo dono e um funcionário do lava-jato onde trabalhava.
O advogado de defesa dos suspeitos informou que não vai se manifestar.
"O que a família prega é por justiça, por justiça. Queremos os dois na cadeia, custe o que custar", afirmou o tio da vítima, Elsom Silva.
O adolescente foi transferido para a ala vermelha no fim desta manhã por causa de uma complicação no esôfago. "A equipe médica ficou muito preocupada e transferiu para a ala vermelha e quando foi ontem fez uma tomografia e o médico falou que estava com problema no esôfago", disse o tio.
Logo depois o adolescente começou a sofrer hemorragia e, em seguida, sofreu uma parada cardiorrespiratória. Segundo a assessoria do hospital, a qeuipe médica tentou reanimá-lo por 45 minutos.
O velório será realizado na casa da família e o sepultamento será na quarta-feira (15), às 16h (MS), no Cemitério Monte das Oliveiras.
Entenda o caso
O adolescente trabalhava no lava-jato na Vila Morumbi e no dia 3 de fevereiro sofreu a lesão no órgão íntimo durante uma brincadeira. O dono do lava-jato Thiago Demarco Sena, 20 anos, teria introduzido uma mangueira de compressão de ar no ânus do adolescente enquanto o funcionário William Henrique Larrea, 30 anos, o segurava.
A vítima foi levada até a Santa Casa em estado grave e passou por cirurgias. Ele perdeu parte do intestino. A pressão do ar foi tão intensa que estourou o intestino grosso e comprimiu os pulmões, trancando as válvulas respiratórias.
Hospitalizado na Santa Casa de Campo Grande, ele inicialmente ficou na área vermelha, foi transferido para a área amarela e depois para a enfermaria. Ele chegou a ficar fora de risco de vida.
A ação também foi testemunhada por um garoto de 11 anos. Em depoimento, ele afirmou que essa brincadeira era frequente entre a vítima e suspeitos. De acordo com o delegado Paulo Sérgio Lauretto, a vítima teria começado a brincadeira no dia do crime. O funcionário estaria no banheiro quando o adolescente teria esguichado água no mesmo por debaixo da porta.
Durante o crime, o jato de água foi lançado na região das nádegas e, mesmo por cima da roupa, danificou o organismo do adolescente. Os homens informaram o ocorrido aos familiares e se apresentaram, espontaneamente, na delegacia. Eles não foram presos porque assumiram a responsabilidade do crime e não oferecem riscos à vítima, explicou Lauretto.
De acordo com a polícia, o dono do lava-jato e o funcionário vão responder por lesão corporal dolosa seguida de morte.
G1