28/05/2020 09h27min - Geral
4 anos atrás

Em MS, mercado de trabalho resiste à crise do coronavírus

Mercado de trabalho MS.

Álvaro Rezende. ► O único setor com mais admissões que demissões em abril foi a Agropecuária com 250 novos empregos gerados em MS.

Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Assessoria de Comunicação


Mato Grosso do Sul fechou os quatro primeiros meses do ano com saldo positivo na geração de empregos. Conforme os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), de janeiro a abril o resultado foi de 734 empregos com carteira assinada, com 73.661 contratações e 72.927 desligamentos.

Entre os fatores que levaram ao número positivo estão a boa atuação da agropecuária, estratégias como redução de jornada e salários ou suspensão de contratos e ainda o comportamento dos empresários. 

No Brasil, o cenário foi diferente, foram 4.999.981 admissões e 5.763.213 demissões, resultado negativo de 763.232. Assim como no País, a maioria dos estados registrou mais demissões.

Entre os que contrataram mais que demitiram, Mato Grosso do Sul só ficou atrás do Acre, que finalizou os quatro primeiros meses com criação de 1.403 empregos.

A economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio (IPF-MS), Daniela Dias, acredita que os números são resultado bom desempenho de alguns setores.

“Podemos dizer que apesar do cenário bastante caótico, o Estado deteve um saldo positivo de empregos. Se formos fazer uma análise por segmento perceberemos que o principal destaque coube a agropecuária, que segurou essa questão voltada ao saldo de empregos”, disse Daniela. Os dados apontam que a agropecuária sustentou 10.032 empregos no País, com 275.464 admissões e 265.432 desligamentos.

Conforme já noticiado pelo Correio do Estado, o agronegócio é responsável por amenizar os impactos da Covid-19 na economia estadual e deve ser protagonista na retomada do pós-pandemia. De janeiro a abril, o Estado registrou superávit de US$ 979,297 milhões na balança comercial, aumento de 2,5%. Desempenho impulsionado pela produção agropecuária. 

Daniela reforça que além do setor rural, o comportamento dos empresários ajudou a reter o saldo de empregos. “A maior parte dos empresários optou por não demitir. Adotando outras possibilidades, como os 25% que suspenderam os contratos de trabalho.

 Houve ainda a redução salarial e de jornada. Entre as opções com certeza uma redução salarial é muito melhor neste momento, até pensando em retomada. O comportamento do empresário do comércio de bens e serviços ajudou nesse processo. Apesar das demissões terem acontecido, elas provavelmente seriam em maiores proporções se não fosse esse quesito comportamental”, considerou.

Entre os municípios do Estado, 58 finalizaram o quadrimestre com mais vagas. Naviraí liderou com 576 vagas, seguido de Rio Brilhante (484), Sonora (467), Aparecida do Taboado (386), entre outras. Já as maiores cidades de MS registraram os piores resultados na criação de vagas, Campo Grande lidera com saldo negativo de 3.150 demissões, Três Lagoas (-586), Corumbá (-135) e Dourados (-44).

MENSAL

Apesar do saldo positivo no quadrimestre, o Estado registrou resultado negativo de 6.992 demissões em abril, com 9.497 contratações e 16.489 desligamentos. Entre as atividades, os setores que mais sofreram com a pandemia foram de Comércio (-2.644), Alojamento e Alimentação (-1.078) e Indústria de Transformação (-960). O único setor com novas contratações em abril foi a Agropecuária com 250 novos empregos.

“Existia uma perspectiva significativa de novas contratações para os meses de abril e maio, que não se consolidou por conta da Covid-19. Para reduzir esse impacto, um dos focos do governo está na manutenção da atividade econômica de setores ligados ao agronegócio e às indústrias que lidam com o mercado externo, atacadistas, supermercados e serviços essenciais, que têm preservado o emprego”, disse o titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck.

A economista aponta que as demissões referentes ao coronavírus se deram a partir de março. “Pode ser que nos próximos meses tenhamos um cenário diferente. As demissões começaram em março com intensificação em abril e maio.

Em comparação a outros estados estamos numa situação melhor, mesmo olhando os dados negativos do mês. Até por conta dos números do coronavírus no Estado”, contextualizou Daniela. 

Novo Caged foi divulgado nesta quarta-feira (27), a última publicação era referente a 2019. Segundo o Ministério, a demora para a divulgação se deu por mudança de metodologia.

PRESERVADOS

Dados do Ministério da Esconomia apontam que até o fim de abril, o Estado registrou 21.069 contratos enquadrados na suspensão ou redução de jornada e salários. A medida visa a preservação de empregos com o pagamento de uma espécie de seguro-desemprego durante o período.

Correio do estado.