04/12/2021 09h53min - Geral
3 anos atrás

Medo da covid aumentou procura por seguro de vida, mas carência chega a 3 meses

Corretoras apontam alta de 30% nas negociações desde que a pandemia começou

Arquivo Tche Produções ► Covid fez aumentar procura por seguro de vida

Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Campo Grande News


Preocupada com a família, uma pessoa faz seguro de vida e, inesperadamente, morre de covid-19. No mesmo ano, o filho também perde a vida com a doença. Imagine a dor e o pânico do que restou a essa família.

Segundo o site CGNews, casos assim levaram gente que nunca tinha pensado em seguro de vida aos escritórios de corretores em Campo Grande. Corretoras apontam aumento de 30% nas negociações desde que a pandemia começou, no ano passado, em comparação com 2019.

Os corretores explicam as vantagens do seguro e detalham planos que cabem no bolso, mesmo de quem não tem dinheiro de sobra.

Gente que não perdeu parente, mas ficou alarmado diante da possibilidade de uma morte repentina que poderia deixar a família desamparada, também engrossou o faturamento das seguradoras.

Em Mato Grosso do Sul, os seguros de pessoas faturaram 11,49% a mais em 2021, na comparação com o ano passado, segundo a Susep (Superintendência de Seguros Privados), que supervisiona o mercado de seguros no Brasil.

Somando a arrecadação de todas as seguradoras no Estado, o montante foi de R$ 332,7 milhões em 2020. O número saltou para R$ 371 milhões, em 2021.

Na contramão, os seguros de automóveis, que são muito mais comuns, registraram queda no início da pandemia, mas o mercado reagiu com crescimento de 11,6%, passando de R$ 264,6 milhões para R$ 295,4 milhões, no mesmo período.

O corretor de seguros Leonardo Lorenzzetti considera que “a ocasião fez a situação”. “Aumentou 30% a procura e o número de contratos. Tudo isso em função do medo de vir a falecer, principalmente das pessoas que têm pais vivos. Antes, o brasileiro não tinha essa percepção da importância de um seguro e essa consciência aumentou com a pandemia”, conta.

Teve segurado que faleceu e deixou o valor do seguro para a família, que em seguida, perdeu mais filhos também para a covid-19, lembra o corretor de seguros Éder Cristaldo. Ele também percebeu aumento de 30% na procura por seguros desde o início da pandemia.

Carência covid

Como a procura por um serviço sempre impacta na oferta, os preços subiram um pouco. Além disso, as seguradoras criaram cláusulas específicas em caso de morte por covid.

“Algumas seguradoras estão colocando uma carência de cerca de três meses, ou seja, se a pessoa falecer de covid nos três meses seguintes ao início do contrato não tem a cobertura”, explica Éder.

Mesmo com a carência, as pessoas firmam os contratos para se prevenirem, afinal, depois desse tempo, estarão resguardadas, segundo o corretor.

Éder explica que o valor que vai ficar para família ou que o segurado receberá em casos de invalidez varia muito. “Tem pessoas que fazem planos de R$ 300 mil ou mais. Também dá para fazer de R$ 100 mil, R$ 50 mil, R$ 15 mil. Depende do que a pessoa quer fazer”.

O perfil do segurado e o valor escolhido definem as parcelas a serem pagas. “É possível fazer um plano de R$ 300 mil com mensalidade em torno de R$ 85, por exemplo, mas tudo vai depender desse questionário que a pessoa responde para que a seguradora veja qual é o perfil”, comenta Éder.

A idade e os riscos que a pessoa corre com a profissão contam muito, explica Leonardo. “Uma pessoa mais velha paga mais. Tudo depende do perfil. A partir de 18 anos, já é possível fazer com mensalidades de até R$ 50 com cobertura de R$ 400 mil”, explica.

Exemplo - O corretor faz uma simulação para dar uma noção dos planos de seguro. Temos como exemplo uma mulher com 28 anos, com plano de saúde, algum avô que já viveu até os 85 anos, que pratica exercícios físicos mais de duas vezes por semana, não fuma, não bebe todos os dias e não tem pai ou mãe que tenha falecido de derrame ou ataque cardíaco antes dos 50 anos.

Se essa mulher quiser fazer um plano no valor de R$ 100 mil em caso de morte, indenização especial por acidente e invalidez permanente total ou parcial, vai pagar dez parcelas de R$ 31,32 ou R$ 303,75 à vista para ficar segurada por um ano.

A mesma mulher pode fazer um plano mais modesto de R$ 15 mil. Neste caso, pagaria R$ 45,56 à vista ou três parcelas de R$ 15,19.

CGNews