14/02/2014 03h30min - Política
11 anos atrás

Murilo avalia a possibilidade de renunciar para disputar o Senado

ELEIÇÕES 2014

José Henrique Marques ► Murilo Zauith e Reinaldo Azambuja durante encontro do PSDB promovido pelo ex-deputado Valdenir Machado em Dourados

Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Jornal DIÁRIO MS (online)


Uma articulação tida como salvadora para impedir que o PT recupere o Governo de Mato Grosso do Sul pode levar o prefeito de Dourados, Murilo Zauith (PSB), a renunciar ao cargo para pleitear um assento no Senado Federal nas eleições de 2014. Se o projeto vingar, o vice-prefeito Odilon Azambuja (PMDB) deve assumir a Prefeitura do segundo maior e mais importante município de MS, no máximo, até 6 de abril do ano que vem. O projeto articulado em Campo Grande trabalha com a premissa da candidatura do deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB) ao Governo do Estado, tendo como vice Nelsinho Trad ou Simone Tebet, ambos do PMDB, e Murilo disputando o Senado, fechando assim a chapa majoritária, com as benções do governador André Puccinelli (PMDB). O prefeito de Dourados é o presidente estadual do PSB. Publicamente, Murilo não admite a hipótese de renúncia para atender a legislação eleitoral já que ocupa um cargo Executivo. Mas, entre seus principais assessores e conselheiros políticos há o debate e a convicção de que esse projeto seria imbatível, já que Reinaldo Azambuja é a “noiva” cortejada tanto pelo PMDB como pelo PT. Um anúncio nesse sentido somente será tornado público às vésperas do prazo, 6 de abril, seis meses antes das eleições de 2014. A cautela sempre foi uma das características da carreira política do prefeito de Dourados. Reconhecer agora, que discute a aliança PSDB-PMDB-PSB poderia inviabilizar sua administração, já que a quase totalidade das obras em andamento no município são bancadas com recursos federais, com o aval do senador Delcídio do Amaral, o já lançado pré-candidato petista à sucessão de Puccinelli. Para se eleger prefeito de Dourados e ocupar a lacuna deixada pela renúncia de Ari Artuzi, Murilo teve apoio do PT com duas condições primordiais: abandonar o DEM (se filiou ao PSB) e caminhar junto com o senador à busca do Governo do Estado. Portanto, romper com Delcídio significa fechar as torneiras dos recursos federais e engessar sua administração. Há ainda o inconveniente de ter o barulhento PT douradense, principalmente da corrente do vereador Elias Ishy, na oposição e alinhado, novamente, aos sindicatos e movimentos sociais. Além da pressão que vem recebendo do PT, que cobra o cumprimento do acordo em 2011, Murilo também está na mira do PMDB não só pela liderança que exerce em Dourados. Foi o então prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad, quem bancou sua campanha ao Senado em 2010 na Capital, onde foi o mais votado. A fatura, agora, está sendo cobrada. Pelo sim, pelo não, Murilo está numa sinuca de bico. Ainda porquê as eleições de 6 de outubro de 2014 serão pautadas por dois projetos políticos distintos: um à esquerda e outro à direita. Embora esteja num partido que defende o socialismo, ainda que por conveniência, o prefeito de Dourados sempre se identificou com os conservadores tucanos e peemedebistas de Mato Grosso do Sul.