23/09/2014 10h40min - Geral
12 anos atrás

TRT manda mercado pagar R$ 10 mil a tesoureira chamada de 'vaca'

chamada de 'vaca'

google ► O bullying ainda é um dos grandes probelmas nas empresas no País

Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: A Gazeta News


O Tribunal Regional do Trabalho condenou a rede de supermercados Supermaia a pagar R$ 10 mil a uma auxiliar de tesouraria por “permitir” bullying no ambiente de trabalho. De acordo com o processo, ela sofria humilhações, maus-tratos e frequentemente era chamada de “vaca” pelos colegas. Em nota, a rede disse que não tem influência sobre os comentários tecidos pelos funcionários, mas que não é conivente com preconceito e "toma, de forma ágil, as medidas cabíveis" quando constata situações como essa (veja íntegra abaixo). Cabe recurso à decisão. A mulher alega que foi escrito “vaca” ao lado do nome dela no livro de pendências da empresa – onde os funcionários escreviam reclamações e pendências funcionais. O xingamento também era usado quando chegava ao refeitório. Ela diz que pediu para ser transferida de unidade, mas não foi atendida. De acordo com o juiz da 11ª Vara do Trabalho, Gilberto Augusto Leitão Martins, era evidente o desconforto sentido pela mulher. O magistrado também afirma que havia descuido diante da supermercado com a situação. “O ambiente de trabalho é pernicioso e promíscuo, conduta estigmatizada pela legislação trabalhista, tipificada como falta grave patronal, alínea 'e' do art. 483 da CLT. Compete ao empregador zelar pela integridade física e mental de seus empregados no ambiente de trabalho, devendo cuidar para que as relações interpessoais sejam respeitosas”, declarou. “O mais grave, porém, está na forma descuidada e negligente que o gerente da loja, maior autoridade da empresa no local de trabalho, procedeu ao tomar conhecimento do fato, dizendo para autora que a ela competia tomar as providências. Que providência poderia tomar a autora? Agredir verbalmente ou fisicamente as pessoas que a chamam de ‘vaca’? Somente por aí se observa o extremo descuido com a sanidade do ambiente de trabalho”, completou o juiz. Íntegra da nota enviada pelo Supermaia A empresa informa que ainda não há que se falar em condenação, uma vez que a decisão não transitou em julgado, podendo a mesma ser reformada por instância superior. Em relação ao mérito da questão, a empresa informa que não possui influência sobre os comentários tecidos pelos seus funcionários. Contudo, quando da constatação de falta grave, toma, de forma ágil, as medidas cabíveis, não sendo conivente com qualquer comportamento preconceituoso. Inclusive, o Supermaia promove ações sociais de auto estima com crianças e adolescentes para inibir bullying e comportamentos antissociais. Com isso, incentivamos a criança a se respeitar, a se gostar, reconhecendo suas qualidades, conduzindo a uma melhor performance escolar e social, repercutindo em sua carreira e vida pessoal.