09/10/2019 12h42min - Polícia
5 anos atrás

Fome Zero: em 5 anos, quadrilha com servidores e cooperativas desviou mais R$ 3 milhões em MS

Fome Zero: desviou mais R$ 3 milhões em MS

Midiamax ► Presa quadrilha que desviava Milhões de verbas federais

Odilo Balta / jornalcorreiodosul@terra.com.br
Fonte: Midiamax News


A Operação Pesticida, deflagrada pela Polícia Federal nesta quarta-feira (9) em cinco cidades de Mato Grosso do Sul, apontou desvio de mais de R$ 3 milhões de verbas federais que deveriam ser usadas no combate à miséria com a compra de alimentos da agricultura familiar para o programa Fome Zero. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) que era responsável por fazer os repasses do Governo Federal ficava com parte das verbas, após fraudar cadastros de produtores que não estavam no programa e também cadastrar alimentos que não existiam na produção para o repasse as entidades, que deveriam receber a ajuda. Segundo Midiamax muitos produtores quando procurados durante a investigação nem sabiam que faziam parte do programa. O cadastro de pequenos produtores era fraudado por servidores para que o Governo Federal fizesse repasses maiores, sendo o dinheiro desviado pelos agentes públicos. Quatro cooperativas no Estado, em Terenos, Caracol, Jardim e Bodoquena foram alvos da operação. Sendo que em Jardim, a cooperativa que deveria receber recursos repassados pelo Conab teria recebido apenas 15% de direito. O desvio é superior a R$ 3 milhões no Estado. Segundo o delegado Iuri de Oliveira, a investigação é de grande volume com a apreensão de vários documentos, que implicam servidores nos desvios de verbas que deveriam chegar às cooperativas e aos produtores. Os servidores, um total de nove, sendo um de Corumbá, afastado parcialmente, e oito da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), afastados parcialmente, mais o superintendente, que foi afastado totalmente e agora atua em um cargo comissionado estão implicados nos desvios das verbas. Fraudes As fraudes teriam ocorrido entre os anos de 2011 e 2016, com envolvimento de representantes de cooperativas ou associações sediadas nos municípios sul-mato-grossenses de Terenos, Bodoquena, Caracol, Jardim e servidores da Conab, além de representantes municipais do PAA em Corumbá. A PF e a CGU (Controladoria Geral da União) verificaram casos de cadastramentos no programa em nomes de produtores que desconheciam o fato ou lastreados em propriedades rurais que não tinham capacidade produtiva. Também foram descobertos simulação na entrega de produtos às associações/cooperativas e delas para as entidades destinatárias dos alimentos, obtendo-se da Conab a liberação de valores correspondentes à aquisição de produtos não entregues. O esquema contaria com a participação e conivência de agentes públicos. Programa O programa busca ser um instrumento de políticas públicas de garantia de renda e de apoio à comercialização de alimentos produzidos pelos agricultores familiares, assentados e povos e comunidades tradicionais, ao passo em que oportuniza a aquisição dos produtos agrícolas por eles produzidos e a destinação a entidades de assistência a pessoas em situação de vulnerabilidade alimentar (creches, escolas, igrejas, dentre outras). Midiamax